Quinta-feira, Outubro 30, 2025
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Ativista Rafael Marques acusa governo de Angola de “terrorismo de Estado” e diz que repressão agrava crise

Luanda,  — Em entrevista à Lusa, o jornalista e ativista angolano Rafael Marques acusou o governo e o presidente de Angola, João Lourenço, de praticarem “terrorismo de Estado”. Marques afirmou que a repressão não resolverá a atual crise socioeconómica que o país enfrenta.

Segundo o activista de Direitos Humanos , os “maiores terroristas em Angola” são aqueles que ocupam cargos no governo e nos ministérios, e são os responsáveis pela crise. Marques descreveu o “terrorismo de Estado” como o acto de “desvirtuar a nação” e “destratar da soberania do povo”.

Referindo-se às recentes detenções de líderes de associações de taxistas, mototaxistas e de “lutadores” , o ativista considerou que a postura das autoridades apenas “agrava o fosso e o ódio entre a população e o poder”. As detenções ocorreram após uma greve de taxistas no final de julho que resultou em 30 mortes e feridos. Os detidos são suspeitos de “associação criminosa, incitação à violência, atentado contra a segurança do Estado, desenvolvimento e promoção de atos de vandalismo e agressão contra bens e serviços públicos e privados”.

Para Rafael Marques, o governo angolano precisa de medidas sérias de reforma, de diminuir os gastos públicos e combater a corrupção. Ele lamentou que a “manutenção do poder” leve cada vez mais pessoas a procurar comida no lixo para sobreviver. Ele também criticou o medo que se instalou entre a população, impedindo os taxistas de defenderem os seus líderes.

O ativista afirmou que “só unidos” os angolanos poderão encontrar soluções “pacíficas e efetivas para remover os indivíduos que estão a levar Angola para o abismo”. Ele lamentou a falta de uma defesa clara, especialmente por parte da classe dos taxistas, após as recentes detenções.

Marques concluiu que o partido no poder, o MPLA, elimina a “inteligência para que a mediocridade esteja sempre em cima” nas instituições do poder, na sociedade civil e na oposição, mantendo a população no “obscurantismo”.

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