A plataforma política angolana, Frente Patriótica Unida (FPU), exigiu o cancelamento do Censo Geral da População e Há 2024, devido à “desorganização manifesta no processo censitário”.
O decreto foi proferido nesta quarta-feira em conferência de imprensa pelo coordenador da plataforma, Adalberto Costa Júnior, enquanto falava
sobre a situação política do país.
O também presidente do Partido Político, UNITA, afirmou que o Governo falhou na programação, logística e gestão dos recursos humanos, estando agora envolvido “em muitas incertezas e dificilmente terá um resultado fiável e confiável quer para entidades nacionais quer para organizações internacionais”.
“Todos vimos que o Governo não proporcionou os meios materiais e financeiros necessários para a realização do censo, de forma exata tal como aconteceu em 2014.
A FPU exige a anulação do censo e a sua reformulação para ser executada de forma séria e credível, de forma a ser um instrumento útil para a gestão do país”, frisou.
O censo populacional angolano 2024 arrancou a 19 de setembro passado, para um período de 30 dias, contudo, o Instituto Nacional de Estatística (INE) prorrogou o prazo para mais 30 dias, devido a constrangimentos registados nas duas primeiras semanas do início do processo.
Além da imposição sobre o recenseamento, Adalberto Costa Júnior, criticou também o pronunciamento do Presidente angolano, João Lourenço, no discurso sobre o Estado da nação, ao acusar os deputados de estarem envolvidos no tráfico de combustíveis.
Para a FPU, o Presidente angolano, diretamente ou através dos seus auxiliares, substitui-se ao Ministério Público, “porque se acha senhor de todos os poderes”, instando o chefe de Estado de Angola a informar a opinião pública e os órgãos de justiça “quem são os altos responsáveis que estão implicados no contrabando de combustíveis”.
“Não tendo nada para apresentar de substancial sobre o combate à corrupção, decidiu enlamear os deputados, lançando sobre todos eles a ignomínia e suspeição de que poderão estar envolvidos no tráfico de combustíveis”, referiu Costa Júnior sobre as palavras do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.
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