Luanda enfrenta uma grave crise no abastecimento de gás de cozinha, afetando milhares de famílias há mais de duas semanas. A situação é marcada por longas filas nos postos de revenda, aumento especulativo dos preços e dificuldades generalizadas no acesso ao produto. A escassez tem gerado grande preocupação, especialmente nos bairros de Vila Alice, Cassequele, Popular, Rangel, Sambizanga, Cazenga e Maculusso, onde o fornecimento tem sido irregular.
Apesar das garantias da Sonangol Gás e Energias Renováveis (Sonagás) de que há stock suficiente para o abastecimento nacional, a realidade nas ruas é outra. Moradores relatam que chegam aos pontos de venda de madrugada e, mesmo assim, não conseguem comprar o gás. “Chego aqui às 5 da manhã e fico até o meio-dia, mas nada”, disse um morador, que carregava uma botija vazia em um carrinho de mão.
A falta de produto nos postos oficiais empurra os consumidores para o mercado informal, onde os preços são inflacionados. Uma botija de 12 kg, que oficialmente custa cerca de 1.200 kwanzas, chega a ser vendida por até 5.000 kwanzas. Além disso, há denúncias de que revendedores informais compram o gás diretamente de funcionários das agências para revender a preços exorbitantes.
Em comunicado, a Sonagás assegura que todas as suas instalações estão operacionais e que o fornecimento ocorre normalmente. A empresa admite ter encerrado temporariamente alguns postos por razões de segurança, mas garante que essas paralisações não afetaram sua capacidade de resposta. A discrepância entre o comunicado oficial e a situação vivida pela população nas ruas continua a gerar incerteza e frustração.




