Luanda, Angola — O Partido Liberal de Angola anunciou um compromisso com a comunidade surda, prometendo sua inclusão no processo de tomada de decisões políticas. Durante um evento, o presidente do partido, Euclides de Castro, afirmou que não se pode criar políticas para a comunidade sem que seus membros estejam presentes para dar suas contribuições no parlamento.
Como parte dessa iniciativa, o partido convidará a comunidade surda a escolher um representante, que será incluído em sua lista de candidatos a deputados em uma posição “claramente elegível”, entre o primeiro e o décimo lugar. A ideia é que, em vez de o partido interpretar os problemas da comunidade, os próprios membros possam apresentar suas questões na Assembleia Nacional.

O Partido Liberal também garantiu que, a partir de agora, todas as suas atividades, como palestras, comícios e formações, terão um intérprete de língua gestual para incluir a comunidade surda. Além disso, eles se comprometeram a criar uma cooperativa para os jovens surdos, com o objetivo de ajudá-los a iniciar seus próprios negócios. Euclides de Castro, no entanto, não revelou o valor monetário que o partido disponibilizará para a cooperativa. Ele enfatizou que o “valor afetivo” é mais importante do que o financeira
Agnaldo Soares, presidente da Associação Nacional dos Surdos de Angola, presente no evento, destacou os principais problemas enfrentados pela comunidade. Ele ressaltou que, embora existam leis para proteger os direitos das pessoas com deficiência, o que falta é o seu cumprimento efetivo.
Soares, apontou a falta de emprego como um dos maiores problemas, mencionando a ausência de uma lei que obrigue empresas privadas e o setor público a contratar pessoas com deficiência. Ele citou a proposta de 2% de vagas para o setor privado e 4% para o setor público. Outro desafio é a falta de escolas de ensino especial e de intérpretes nas escolas, o que prejudica a qualidade do ensino e o desenvolvimento das crianças surdas.




 
                                    