Quinta-feira, Outubro 30, 2025
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A violência mancha a paz e a cidadania angolana diz presidente do Cidadania Júlio Bessa

Luanda, AngolaEm uma reunião extraordinária do Comitê Político Nacional, o presidente do partido CIDADANIA Júlio Bessa, condenou veementemente a violência e as mortes de cidadãos durante a greve dos taxistas, que causou uma “grave convulsão social” em Angola. O evento, que adiou um seminário metodológico nacional, foi convocado para discutir a crise.

O presidente do CIDADANIA repudiou as ações de vandalismo e roubo que ocorreram durante a greve. No entanto, ele criticou duramente a reação das forças de segurança, que, segundo ele, não estavam preparadas e mataram dezenas de civis indefesos, a maioria em fuga. Ele destacou que a paz, alcançada por José Eduardo dos Santos, foi “gravemente beliscada e perturbada” após os assassinatos e a violência.

Segundo o discurso, o governo de Luanda, através de sua equipe de coordenação econômica, tomou medidas para indenizar os empresários e comerciantes afetados, mas não as famílias dos mais de 30 angolanos mortos pelas Forças de Defesa e Segurança. O presidente do partido CIDADANIA, que já foi vice-governador da província de Luanda, mencionou casos específicos, como a morte do jovem Manuel Ribeiro, de 19 anos, que foi morto a queima-roupa pela polícia.

Além das mortes, o presidente denunciou as detenções em massa de líderes de associações de taxistas e jovens ativistas, sem mandados judiciais e fora de flagrante delito. Ele classificou essas ações como um “processo de decapitação” das lideranças da sociedade civil e um esforço para espalhar o medo e a intimidação. Entre os detidos, ele citou Francisco Eduardo, presidente da Associação de Taxistas de Angola (ATA), e Leonardo Lopes (Leo), presidente da Associação de Taxistas e Loteadores de Angola (ATLA).

O presidente do CIDADANIA relembrou a história de Angola, citando várias ondas de prisões e mortes de activistas desde 1960, incluindo eventos como o 27 de maio de 1977 e as mortes após as eleições de 1992. Ele expressou preocupação com a repetição da história, questionando se essa é a finalidade da luta anti-colonial e da independência. Ele concluiu que a resposta violenta do Estado angolano, que ele descreveu como “capturado”, reforça a percepção de que o governo não serve aos cidadãos, preferindo a violência brutal ao diálogo, assim como no passado colonial.

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