Segunda-feira, Dezembro 23, 2024
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Angola no Comité Ad-hoc para o Sudão

O conflito armado na República do Sudão, há um ano e três meses, envolvendo o Exército governamental e as milícias para militares, denominadas “Forças de Apoio Rápido”, ganha contornos de uma verdadeira destruição do país. A julgar pela avaliação das Nações Unidas, a violência parece não ter fim à vista e o país vive uma catástrofe humanitária sem precedentes, na medida em que a guerra civil já fez mais de 8,5 milhões de deslocados e cerca de 18 milhões de pessoas estão a passar fome.

Logo, urge encontrar soluções, preferencialmente africanas, atendendo que iniciativas extra-continentais, acompanhadas de interferências de países que armam as duas partes, têm piorado a situação e afugentado as perspectivas de paz.

É oportuna a iniciativa da União Africana de criar, recentemente, um Comité Ad-hoc para o Sudão, do qual faz parte o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, estadista que tem procurado “emprestar” a modesta contribuição do nosso país nos esforços para a busca da paz regional e continental.

Criado no dia 21 de Junho, durante a 1.218ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança na União Africana, a nível de Chefes de Estado e de Governo, trata-se de uma plataforma importante não apenas para proporcionar um papel mais activo da União Africana na busca de uma solução ao conflito, mas também para fazer jus ao velho lema “soluções africanas para problemas africanos”.

Em Angola, fazemos votos de que o Comité criado pela União Africana de que faz parte o Chefe de Estado, em representação da região Sul do continente,  e,  igualmente,  os Chefes de Estado do Egipto (Região Norte), do Uganda (Região Oriental), da Guiné-Equatorial (Região Central) e da Nigéria (Região Ocidental) seja bem-sucedido. Diz-se que “várias cabeças pensam melhor que apenas uma”, realidade que pode justificar a diligência da União Africana em congregar vários estadistas e em função de cada uma das regiões escolhidas, assim como fundamenta, a iniciativa, a crença no desfecho para o conflito armado naquele país. Se é verdade que, por um lado, não existirão varinhas mágicas para resolver o problema da conflitualidade militar no Sudão, que se arrasta há quase 500 dias, obviamente o pior seria os estadistas africanos cruzarem os braços perante a destruição de um Estado-membro de pleno direito da União Africana.

Acreditamos que, por força da concertação e coordenação do comité criado, uma das primeiras metas  no processo da busca da paz  vai ser  a materialização de um cessar-fogo que abra portas para a paz definitiva. É preciso convencer o comandante do Exército e Chefe de Estado do Sudão e o líder das chamadas “Forças de Apoio Rápido” da necessidade de se acabar com o conflito, na medida em que não há uma solução militar para a guerra no Sudão.

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