Quinta-feira, Outubro 30, 2025
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Ativistas Angolanos Denunciam Condições Desumanas na Prisão e Apelam à Luta pela Liberdade

Luanda – Familiares e colegas de ativistas angolanos detidos, nomeadamente nas cadeias de Calomboloca e Viana, vieram a público denunciar as “más condições” a que os presos estão sujeitos e a grave situação de injustiça que afeta as suas famílias. Os ativistas reiteram que estão a lutar por um “bem comum” e que a prisão dos ativistas é injustificada, considerando que os verdadeiros criminosos são “aqueles que roubam o erário público”.

Os depoimentos apontam para uma carência severa no tratamento dos detidos. A esposa do  ativista, Rodrigo Luciano Katimba, reportou que o marido, baleado, tem uma “ferida” que “não está fechada até agora”. Segundo a família, o atendimento médico é inexistente na prisão, sendo necessário que a medicação seja “comprada fora” e entregue aos guardas.

Além da saúde precária, as condições gerais da detenção são criticadas, com a esposa de outro ativista a relatar que, embora ele esteja fisicamente bem, não está nas boas condições de casa. A distância da prisão de Calomboloca é uma dificuldade adicional para os familiares, que chegam a gastar “10 mil kwanzas” por dia em transporte e mais 30 mil em comida e outros bens essenciais para os detidos.

O impacto da detenção estende-se dramaticamente às famílias, que relatam um colapso financeiro. Uma das familiares conta ter sofrido a apreensão do seu negócio pela polícia, o que resultou na perda da sua fonte de sustento. A ausência do provedor da casa tem impedido o pagamento da renda e a matrícula das crianças na escola.

“Eu quero que a liberdade. Onde eu tiro o pão do povo do meu filho, não posso sentar, porque vai ver a polícia…”, apelou a esposa de um ativista.

Os familiares apelam à liberdade dos seus entes queridos, reafirmando que a paralisação não é um crime, mas um direito.A reação da comunidade ativista tem sido de forte condenação e apelo à mobilização popular.

Sebastião, mais conhecido por Ativista Luz, encorajou os jovens a “lutar”, sublinhando que “quem tem medo, estou na escravo” e apelando à aplicação do “artigo 47, direito à manifestação”.

Por sua vez, Gilson da Silva Moreira, mais conhecido como Tanaice Neutro, reforçou a necessidade de uma acção direta e contundente. “Conhecendo o governo que nós temos, Maquiavélico do MPLA, a única forma que nós temos de ver os nossos irmãos em liberdade é sair das ruas e protestar“. Tanaice Neutro, que também já foi detido por ultraje ao Estado, classificou o governo como “ditador” e defendeu a necessidade de uma resposta enérgica do povo: “Quando a polícia do MPLA e o MPLA nos dá chocolate, nós também temos que dar chocolate no MPLA”.

A situação dos ativistas em Angola e a falta de cuidados médicos nas prisões têm sido alvo de preocupação por organizações internacionais de direitos humanos, que exigem a libertação imediata e o acesso urgente a cuidados de saúde adequados.

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