Uma dirigida a redação da Tv Maiombe , activistas de Cabinda expressaram repúdio e deram conselhos à Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH). A carta, datada de 4 de agosto de 2025, foi assinada por activistas, incluindo José da Costa Lembe, Muguilo Fernando e Clemente Cuilo.
Críticas à ADCDH e a seu presidente
Os activistas de Cabinda criticaram a liderança da ADCDH por seu “comportamento irresponsável e vergonhoso”. O grupo foi acusado de envolver activistas e a população em uma manifestação que, segundo os ativistas, era inviável.
O protesto, que ocorreria em 2 de agosto de 2025 , foi cancelado. Os ativistas acreditam que a decisão foi um acto de “má-fé, e de sabotagem ao activismo sério e de traição” , que visava desacreditar o movimento activista de Cabinda.
O tema do protesto já havia sido corrigido pelo governo angolano, após pressão de diversas vozes críticas da sociedade política e cívica de Cabinda. Os signatários da carta também suspeitam que o presidente da ADCDH, Alexandre Kuanga Nsito, cometeu actos de corrupção e traição
Suspeitas de Corrupção e Traição
A suspeita surgiu depois que Nsito teve reuniões a portas fechadas com a governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, na sede do Comitê Provincial do MPLA, e com Norberto Garcia, chefe do Gabinete de Acção Psicológica da presidência da república em Luanda.
As reuniões ocorreram na mesma semana da manifestação cancelada. O objetivo das reuniões seria obter crédito agrícola para sua cooperativa. No entanto, os activistas observam que a sede do MPLA e o Gabinete de Ação Psicológica não são instituições financeiras. Eles afirmam que as informações que indiciam Nsito de corrupção e traição são recorrentes. A carta menciona ainda que existe um processo interno na ADCDH para destituí-lo da presidência
Apelo à Integridade do Activismo
Os activistas signatários aconselharam os membros da ADCDH a pararem de se apresentar como os únicos activistas cívicos de Cabinda. Eles alertaram para que o ativismo cívico não seja transformado em uma “via ideal para a satisfação das necessidades estomacais”.
O documento pede que o “mercantilismo em nome das causas justas do povo” seja evitado, pois “o povo de Cabinda não é uma mercadoria”. A luta do povo de Cabinda por autodeterminação, justiça e liberdade é descrita como “sagrada, nobre e justa” , e exige “um comportamento íntegro, nobre e digno”. Para garantir a integridade do movimento, os signatários afirmaram que irão fiscalizar e denunciar “todos atos ilícitos praticados por qualquer ativista de Cabinda ou bocas de aluguer”.
No futuro, as actividades ativistas que envolvem a população serão realizadas com o “concordância, respaldo e consentimento de todas as vozes pro-causas justas de Cabinda”.
a Tv Maiombe contactou o presidente Alexandre kuanga Nsito, que desmentiu todas as acusações que pesam sobre ele.




 
                                    