Um áudio divulgado por activista Mfumo Buala, “defensor do povo de Cabinda “, denuncia a confiscação de 11 camiões pertencentes ao empresário local Maimona, na província do Zaire. Os veículos, que se destinavam a Cabinda, terão sido retidos apesar de uma alegada decisão judicial favorável à sua libertação. O caso despoletou acusações de perseguição e dificuldades impostas aos empresários de Cabinda.
Segundo o relato, os camiões de Maimona foram comprados e passariam pela alfândega e pela polícia fiscal, transportando combustível de Luanda para Cabinda, uma vez que a província enfrenta escassez. Após uma primeira apreensão e um julgamento que teria determinado a soltura dos veículos, os camiões foram novamente retidos e declarados como perdidos a favor do Estado. “Retiraram o combustível, passou pelo julgamento, deram soltura ao documento… mas não sei o que que se passou, prenderam os camiões, os camiões foram a favor de todo o Estado”, lamenta Mfumo Buala.
O autor do áudio alega que ser empresário de Cabinda é um “problema grave” e questiona as dificuldades que os empresários locais enfrentam para exercer a sua atividade, em contraste com facilidades que seriam concedidas a estrangeiros, como eritreus ou Etíopes, que dominariam o comércio de alimentos na região. “Entregar a alimentação na mão do estrangeiro… é grave”, afirma.
Mfumo Buala destaca as contribuições de Maimona para a província, mencionando que o empresário possui clínicas acessíveis à população, escolas, postos de combustível que empregam cidadãos locais, e contratos, incluindo um com a refinaria de Cabinda para o qual os camiões seriam usados. “São essas pessoas que nós devemos ajudar. São essas pessoas que nós devemos facilitar o que é emprego”, sublinha.
O áudio contém um apelo direto às autoridades, incluindo o Presidente da República, o Procurador-Geral da República e a governadora de Cabinda (referida no áudio como Suzana de Abreu ), para que intervenham no caso. Buala insta a governadora a “deixar um legado” e a comunicar as dificuldades da província ao Presidente. Menciona ainda problemas como falta de saneamento básico, eletricidade, o alto custo da cesta básica, desemprego e más condições das vias.
O denunciante também critica a alegada preferência por empresários ligados ao MPLA e as dificuldades que outros empreendedores locais, como um indivíduo apelidado de “Puna”, enfrentariam para importar veículos. “Não podemos viver assim”, reitera, pedindo o fim da “humilhação” aos empresários de Cabinda e anunciando a intenção de lutar pela via legal para resolver o caso de Maimona.
O áudio termina com uma mensagem de apoio a Maimona: “Sr. Maimona, nós estamos consigo. O povo de Cabinda está contigo”.
Tentamos ocontactar as autoridades da província do Zaíre mas sem sucesso.




