A empresária Edna Manuel, fez uma denúncia na qual acusou o ex-comandante Paulo de Almeida, um advogado e oficiais de justiça do Tribunal de Comarca de Luanda de tentarem usurpar um condomínio, localizada no Zango Zero, em Luanda. Edna Manuel alega que a propriedade pertence à sua família desde 2012 e que o caso já está nos tribunais
A disputa começou em 2012 Edna Manuel, filha de Armando Manuel, explicou que a propriedade pertence ao Grupo Santa Isabel, empresa de sua família, e que a luta pelo terreno já dura 13 anos. A luta da família Manuel pela propriedade começou em 2012, quando o então comandante provincial de Luanda, Quim Ribeiro, e homens armados da Polícia da PIR ocuparam o local. Eles instalaram tendas policiais e contêineres de dinheiro, vigiados por homens armados. Após uma investigação pelo CINFO, o comandante Quim Ribeiro foi preso.
Em 2015, a família tentou retomar a propriedade, mas foi detida pelo comandante municipal de Viana e pelo Sr. José António Cundi, que se identificou como policial do cofre do Estado. A família foi detida e passou a noite na esquadra do Zango Zero. Posteriormente, o caso foi levado ao comando municipal de Viana, mas não houve sucesso, e a família contratou vários advogados.
Em 2016, a família tentou novamente retomar o terreno, mas foi confrontada pelo atual comandante-geral, Francisco Ribas. Eles foram detidos e levados ao Tribunal Municipal de Viana, onde foram julgados. A juíza verificou a documentação e concedeu a posse do terreno à família Manuel. Por conselho de um maquinista, a família foi à Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP) para abrir um processo. Durante a investigação, o comandante Francisco Ribas afirmou que a propriedade havia sido cedida pela Polícia, mas o falecido Xiputa, da Polícia de campo, mostrou que apenas dois comissários haviam comprado terras na região.
Disputa judicial após a investigação, o DNIAP aconselhou que nem a família Manuel nem o comandante Paulo de Almeida poderiam permanecer no terreno. No entanto, três semanas depois, Paulo de Almeida invadiu o local novamente, instalando caminhões, cabritos, contêineres e homens da polícia. A família recorreu ao DNIAP e ao Clube Capa, mas sem sucesso. Em março do ano passado, um novo advogado sugeriu que a família dividisse a propriedade com o comandante, oferecendo 6 hectares para cada um, mas Edna Manuel se recusou.
A família recorreu ao Tribunal da Comarca de Luanda, onde a juíza Ana concedeu a posse do terreno. No entanto, dois anos depois, a mesma seção do tribunal concedeu outra posse a Paulo de Almeida. Edna Manuel chamou a situação de “máfia do próprio tribunal”. O juiz que lhes concedeu a posse foi o Dr. João Jorge, enquanto o que a concedeu a Paulo de Almeida foi o Dr. Abrão Salumbongo. Ela suspeita que Abrão Salumbongo é parente do juiz presidente do Tribunal Supremo, o Dr. Lionel Leonardo, e que há pessoas envolvidas no tribunal.
Famílias e moradores estão com medo de serem retiradas um representante da comunidade local afirmou que há mais de 300 famílias morando no terreno, com mais de 200 casas construídas ao longo de anos.
O representante considera a situação suspeita porque não pode haver duas ações cautelares sobre o mesmo terreno e factos, especialmente enquanto uma ação principal corre no tribunal. Eles investiram muito dinheiro nas casas e temem que o tribunal tenha ignorado seus direitos.
