As recentes medidas do governo angolano, que incluem o aumento do preço do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro e o reajuste das tarifas de táxi para 300 kwanzas por viagem, provocaram uma forte reação popular e críticas veementes de figuras políticas. Gaspar Fernandes dos Santos, membro do Partido de Renovação Social (PRS), manifestou-se contra as decisões, que descreveu como “insensíveis e desajustadas à realidade do povo angolano”.
Em entrevista ao programa “Turbilhão da Sociedade”, da TV Maiombe, Fernandes dos Santos apelou à população para que se mobilize contra as medidas. “Calados vamos parecer que consentimos as visões deste governo“, afirmou o político, sublinhando a importância da manifestação pública.
Os aumentos de preços têm gerado revolta, especialmente entre os trabalhadores informais e os utilizadores diários do transporte público, que sentem o impacto direto no seu poder de compra. Fernandes dos Santos expressou preocupação com a aparente falta de análise do governo sobre a condição de vida dos cidadãos. “Com estas decisões, fica difícil perceber se este governo faz mesmo uma análise do sistema que dirige e da condição de vida dos cidadãos”, disse, acrescentando que muitos angolanos já previam um cenário de dificuldades.
O político também destacou a discrepância entre o salário mínimo e os novos custos de transporte. “Imagine o táxi a 300 kwanzas, com um salário mínimo de 70 mil. É notório que isso vai causar grandes transtornos“, observou. Ele alertou ainda para a inviabilidade de um possível futuro aumento do gasóleo para 700 kwanzas, considerando-o um “atentado à população”.
Sobre a onda de manifestações, Fernandes dos Santos enfatizou que a participação não se limita a partidos políticos ou ativistas. “A prática não é exclusiva dos partidos políticos, não é apenas para os ativistas da sociedade civil, mas sim para todos os angolanos. Quando há um acréscimo nos preços dos combustíveis, todos nós sofremos com essa subida, e hoje a carência é muita“, concluiu. A população angolana continua a expressar seu descontentamento através de greves e protestos em diversas partes do país.




 
                                    