O empresário chinês YongFeng Gao “Coboio”, ligado à empresa I.M. ILUNDO COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO (SU) LDA, é acusado de burla milionária, calúnia e difamação, falsificação de documentos e obstrução da justiça, em um caso que envolve mais de 600 milhões de kwanzas.
As acusações surgem no âmbito de um conflito societário entre o empresário Zhan Yogqiao, ligado à empresa TIAN YI HE PESCA, LDA, e Yangfeng Gao “Coboio” gerente da empresa I.M.I. ILUNDO – Comércio Geral e Prestação de Serviços (SU), LDA, onde Yongqiao afirma ter investido significativamente após acordo para transformação da sociedade.
De acordo com a denúncia tornada pública da TIAN YI HE PESCA, Yongqiao foi convidado, em 2020, a integrar um projeto empresarial no Soyo, que previa a construção de uma fábrica de processamento de pescado, um complexo turístico e um porto. Entusiasmado com a proposta, Yongqiao concordou em investir e, através da TIAN YI HE PESCA, teria 60% da empresa de Gao, conforme documentos alegadamente assinados e autenticados por notários e conservatórias do Soyo e Kilamba Kiaxi.
Com base na documentação, Yongqiao deu início aos investimentos, incluindo transferências bancárias, aquisição de maquinaria pesada e materiais, totalizando um aporte superior a 600 milhões de kwanzas.
Contudo, em 2021, a relação entre os sócios deteriorou-se. Gao (Coboio) passou a negar a sociedade, alegando que Yongqiao não teria completado um suposto investimento de 10 milhões de dólares, condição que, segundo o comunicado da TIAN YI HE PESCA, nunca foi previamente estipulada, pois que o investimento deve ser feito de forma prudente.
Impedido de aceder às instalações da empresa, Yongqiao apresentou queixa crime junto ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), do Soyo o que resultou na condenação de Gao, em processo n.º 662/23-D, pelo crime de infidelidade, com pena de prisão suspensa mediante pagamento de 141 milhões de kwanzas em indemnização. O valor foi pago apenas com a revogação da suspensão da pena intentada pelo grupo de advogados da THIAN PESCAS LDA.
A TIAN YI HE PESCA denuncia ainda manobras processuais por parte da defesa de Gao, como atrasos intencionais, pedido de adiamentos e alegações infundadas. Um dos episódios mais graves, segundo a empresa, foi a tentativa de transformação do processo crime em cível sendo que já existe vários meios apreendidos nos autos.
A empresa rejeita as acusações de falsificação de documentos contra Yongqiao, afirmando tratar-se de uma “tentativa caluniosa e de má-fé para impedir o acesso à justiça e prejudicar a reputação do empresário, que nunca teve antecedentes criminais”.
*“Espanta-nos que o Sr. Yangfeng Gao agora rejeita a validade de uma acta que ele próprio assinou.
Se é falsa a acta, de quem é a assinatura? Com que legitimidade e como quem recebeu os mais de 600 milhões de kwanzas entre dinheiro, maquinaria e materiais da TIAN YI HE PESCA?”, questiona a nota da empresa.*
O julgamento do caso está marcado para o próximo dia 12 de junho, no Tribunal da Comarca do Soyo. Yongqiao e sua equipa jurídica esperam que a sessão decorra com normalidade e imparcialidade, permitindo a reparação dos danos e o reconhecimento do seu direito como sócio-investidor no projeto.
