JURS, JFNLA, e MEA , realizaram uma conferência de imprensa , que visou analisar o estado actual da juventude após 50 anos de independencia de Angola onde levantaram questões urgentes sobre a situação da juventude no país, denunciando altos índices de desemprego, o crescimento da “escravidão moderna” no ambiente de trabalho, a falta de acesso a serviços públicos e a ausência de oportunidades para empreender. Os participantes criticaram abertamente a governação, de João Lourenço alegando um retrocesso e uma má gestão dos recursos públicos.
Segundo Francisco Teixeira adiantou que m ais de 50% dos jovens angolanos estão desempregados, com um número considerável de jovens fora das universidades, apesar de terem vontade de estudar. Além disso, os participantes da conferência destacaram uma “acrescente subida da escravidão moderna” no país. Jovens estariam trabalhando em regimes muito acima das 8 horas diárias previstas pela Lei Geral do Trabalho, chegando a jornadas de 16 horas (6h até 22h) ou mais (6h até 1h da manhã).
Os salários são frequentemente “muito abaixo do salário mínimo”, com jovens a ganhar 25, 30 ou 40 mil kwanzas, caracterizando essa prática como escravatura moderna.
A situação dos professores no ensino privado, chamados de “Garimpero,” foi mencionada, com colégios a pagar apenas 300 ou 400 kwanzas por hora. Muitos jovens têm de trabalhar em quatro colégios diferentes em vários municípios, recebendo no final do mês cerca de 50 mil kwanzas.
Condições semelhantes foram relatadas em shoppings, cantinas e armazéns, onde jovens, incluindo mulheres, são submetidos a jornadas intensas, trabalhando feriados e domingos sem qualquer subsídio, o Ministério do Trabalho foi criticado por não conseguir proteger os próprios jovens. Os oradores questionaram a privatização de bens públicos e o acesso limitado a clínicas construídas com dinheiro do Estado.
As clínicas Girassol e Sagrada Esperança, construídas com fundos públicos (da Sonangol e Endiama), estariam inacessíveis à maioria da população. Foi perguntado por que a população não pode ter acesso a estas clínicas, que são públicas e de todos. Menciona-se que um pobre tem que pagar 40 mil kwanzas para fazer um exame na Clínica Girassol. Jovens aprovados em concursos públicos nos setores da educação e saúde não foram enquadrados por “insuficiência de vagas,” e os ministérios não conseguem explicar se eles farão um novo concurso ou serão enquadrados.
A formação técnico-profissional de qualidade estaria inacessível, custando cerca de 500 ou 600 mil kwanzas no INEFOPE, um valor que os jovens sem dinheiro não conseguem pagar.
Vunge,apontou falta de apoio para o agronegócio, apesar da vontade dos jovens de empreender no sector .
Os líderes juvenis apelaram para que os jovens tenham “coragem suficiente para voltar à rua” , exigindo responsabilidade do governo, pois as manifestações e conferências de imprensa não irão parar enquanto os problemas não forem resolvidos. Foi relembrado que foram os jovens que estiveram na linha da frente nos movimentos de libertação e que a juventude é a “mola impulsionadora” na resolução dos problemas do país.




