Quinta-feira, Outubro 30, 2025
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Líder Estudantil Angolano Critica Aumento Abusivo das Propinas e Exclusão Social no Acesso ao Ensino

 Francisco Teixeira, presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), expressou profunda preocupação com o recente aumento dos preços das propinas no país, classificando a medida como uma forma de exclusão dos mais pobres no acesso à educação. Em entrevista à TV Maiombe, Teixeira denunciou o que considera uma exploração por parte do governo, destacando que os aumentos anuais não correspondem a melhorias na qualidade do ensino.

Segundo Teixeira, nos últimos três anos, as propinas têm sofrido aumentos significativos anualmente, enquanto a qualidade da educação permanece estagnada ou até mesmo em declínio. “Todos os finais de ano, a propina subiu, mas a qualidade de ensino continua baixa”, afirmou o líder estudantil, visivelmente descontente.

Ensino Público Precário e Concentração de Poder

O presidente do MEA também chamou a atenção para o alarmante número de cerca de 9 milhões de crianças fora do sistema de ensino em Angola. Ele salientou que a maior parte dps estudantes frequenta escolas privadas, não por escolha, mas pela falta de condições adequadas nas instituições públicas.

Teixeira, criticou veementemente a postura do governo, declarando que “o governo comporta-se como autêntico bandido e delinquente que vem explorando aqueles que são mais pobres ao subirem o preço das propinas a seu belo prazer”.

Ainda mais grave, Teixeira apontou para a concentração de poder no setor da educação e saúde, onde empresários que supostamente zelam por essas áreas são, na verdade, os próprios governantes. “São eles que têm as universidades, são eles que têm os colégios e fazem-se passar por tiranos e bandidos, quando durante o dia aparecem de fatos e gravatas a falarem em nome do povo e durante a noite reúnem-se somente eles”, denunciou. Ele citou nominalmente entidades como a ANEP, ESP e os Ministérios das Finanças, Ensino Superior e Educação, acusando-os de tomar decisões sem respeitar a legislação vigente. Segundo a lei, “as propinas não devem subir sem antes sentar com todos os atores atuantes no setor”.

Pedido de Diálogo e Impacto Social

Francisco Teixeira defende que, antes de qualquer decisão sobre o aumento das propinas, as autoridades deveriam reunir-se com as associações estudantis para discutir e ouvir propostas. Ele reconheceu que um reajuste seria aceitável, mas em patamares razoáveis. “A propina deve sim subir, porém a pelo menos 5 por cento e não a 20 porcento”, ponderou.

O líder estudantil lamentou ainda o encerramento de mais de duas mil escolas públicas em apenas quatro anos e criticou a falta de posicionamento da Ministra da Educação diante das condições precárias enfrentadas pelos angolanos. A situação atual, segundo Teixeira, é “limitante e prejudicial” para os cidadãos.

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