A administração municipal do Cazenga garante que a famosa vala da 7ª Avenida, que já provocou a morte de oito pessoas, e que é uma das principais “dores de cabeça” para a administração municipal, já não voltará a ficar inundada nas próximas chuvas, ao contrário do que era costume em épocas de chuvas, apurou a nossa redação junto da administração do Cazenga. O canal de escoamento para as águas de chuvas foi encontrado e o esgoto, que estava obstruído há 14 anos, está a ser desobstruído pela empresa responsável pelas obras da 7ª Avenida, cujos trabalhos decorrem a um ritmo satisfatório, como constatou a nossa equipa local.
A administradora municipal, Nádia Neto, realizou esta semana uma visita de avaliação do estado das principais bacias de retenção, no âmbito do Plano de Contingência das Chuvas.
“Estamos em condições de informar que não se repetirá o mesmo cenário do último período de chuva”, garantiu a administradora municipal do Cazenga, Nádia Neto.
Segundo Nádia Neto, o trabalho mais difícil que o empreiteiro teve foi o de encontrar o canal de escoamento das águas da 7ª Avenida, e é que isso que, segundo o GPL, dá garantias que mesmo que caia chuva agora ou amanhã, haja escoamento das águas.
“Não se vai verificar aquela inundação que nós víamos no passado. Não estamos a dizer que o problema está 100 por cento resolvido, mas temos a certeza que está mitigado e vamos verificar menos problemas relativamente ao período anterior”, assegurou a administradora do Cazenga.
Entretanto, os moradores da zona confirmaram ao Novo Jornal que os trabalhos de reabilitação decorrem com normalidade e a ritmo satisfatório, mas esperam que os trabalhos fiquem concluídos no primeiro semestre de 2025.
“Já esperámos muito, agora vemos os trabalhos de reabilitação com bom andamento e isso nos dá esperança de que vão concluir no tempo certo”, desabafou o munícipe José Adão, cuja opinião é partilhada por tantos outros que a nossa equipa ouviu.
Importa recordar que em Abril último, aquando da sua visita de trabalho ao Cazenga, o governador provincial de Luanda, Manuel Homem, disse que estão ultrapassados os constrangimentos financeiros que impediam o arranque dos trabalhos desta obra.
O governador reconheceu que, nos últimos três anos, a vala, a céu aberto, criava constrangimentos à vida da população, mas também havia assegurado que, agora, estava ultrapassada a situação.
Durante três anos, os moradores da 7.ª Avenida pediram ao Governo Provincial de Luanda (GPL) e à administração municipal do Cazenga uma intervenção na vala que atravessa esta rua para evitar mais mortes.
A famosa “vala da morte” foi aberta por uma empresa que efectuava obras de reabilitação da estrada, enquadrada no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), mas a administração municipal do Cazenga rescindiu o contrato, deixando aquela avenida abandonada durante anos.
Águas verdes, pneus e lixo ao longo da vala era o cenário que se verificava naquela via, cujas obras de escavação começaram em 2021.