A recente recondução do presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) é vista como uma manobra para manter o MPLA no poder. Paralelamente, o presidente da república decretou alterações nos instrumentos que regem a legislação eleitoral, incluindo a lei eleitoral e a lei da CNE. A oposição teme que essas mudanças, impulsionadas pela recondução do “homem de confiança” do regime, o juiz-presidente da Silva, facilitem a implementação de uma nova lei eleitoral que favoreça o governo. Projetos de lei eleitoral apresentados por diferentes partidos, incluindo MPLA e UNITA, também estão em discussão.
Celebração dos 50 Anos de Independência de Angola Marcada por Controvérsia
As festividades que celebram os 50 anos de independência de Angola estão a ser realizadas por todo o país, mas a forma como estão a ser conduzidas levanta questões. A falta de consenso na organização das festas é notória, com acusações de seleção não imparcial dos participantes.De acordo com o advogado Félix Bom Ano considera que a independência, que deveria ser uma celebração de todos os angolanos, está a ser apropriada pelo executivo, que utiliza critérios selectivos para convidar participantes, violando o princípio da imparcialidade.
A UNITA completa 50 anos na oposição, um marco que suscita reflexões sobre o cenário político angolano. Apesar da esperança de muitos na alternância do poder, a UNITA não conseguiu alcançar o governo desde o período de transição em 1992, passando por várias eleições sem sucesso (1992, 2008, 2012, 2017 e 2022) disse o jovem Advogado Félix Bom Ano.
A não concretização da alternância em 2022 gerou desconfiança em parte da população em relação à capacidade da UNITA de governar. No entanto, há um reconhecimento de que a responsabilidade pela falta de alternância não recai apenas sobre os partidos da oposição, com denúncias de manipulação do processo eleitoral. Os problemas e dificuldades enfrentados pela população persistem, alimentando o descontentamento.
